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  • Startups estão recuperando valuation em 2024

    A gente tem visto que recentemente as avaliações de startups passaram por uma montanha-russa. Em 2021, vimos um verdadeiro boom, com avaliações atingindo picos históricos. Esse otimismo foi impulsionado por um fluxo grande de capital e um entusiasmo pós-pandemia que parecia não ter fim. No entanto, essa bolha estourou, levando a uma correção significativa em 2022 e 2023. Muito disso se deu por conta da irresponsabilidade de alguns gestores de startups que com muito dinheiro em caixa, passaram a gastar mais do que deviam em assuntos não cruciais para o negócio, e com isso, retraíram o apetite dos investidores. Inclusive, falei sobre esses temas em alguns artigos já publicados: Falta de Escassez Queima de Caixa versus o Crescimento Agora, em 2024, estamos começando a ver sinais de uma recuperação ainda silenciosa. O que está por trás dessa mudança? Três fatores principais estão impulsionando essa recuperação: modelos de negócios sustentáveis, transformação digital e conformidade regulatória. Investidores estão cada vez mais focados em startups com modelos de negócios sustentáveis e escaláveis. A sustentabilidade não é mais uma escolha, mas uma necessidade. Startups que demonstram um modelo de negócio robusto e escalável estão atraindo mais investimentos. Essa mudança de foco é essencial para garantir o retorno a longo prazo dos investimentos feitos. Isso mostra que as práticas de ESG (Environmental, Social and Governance) vieram para ficar e serão cada vez mais exigidas pelos principais investidores. Por outro lado, a digitalização dos negócios continua a ser um motor poderoso para as avaliações de startups, pois existe muito interesse de investidores em não ficarem à margem da revolução digital. Setores como o fintech estão na vanguarda dessa transformação. Empresas como Griffin e Flagstone têm conseguido financiamentos significativos, definindo novos benchmarks de avaliação. Essas empresas não apenas atraem investimentos, mas também estabelecem padrões para o setor. Além disso, startups que navegam com sucesso pelo complexo cenário regulatório estão se destacando. A obtenção de licenças e a conformidade regulatória aumentam a confiança dos investidores e, consequentemente, as avaliações dessas empresas. Esse fator não pode ser subestimado em um ambiente onde a segurança e a confiança são primordiais. Os próprios órgãos reguladores começam a se dobrar às novas tecnologias e iniciam um movimento de regulamentação e uso delas, atraindo novas perspectivas para vários negócios . A inteligência artificial (IA) está desempenhando um papel crucial na valorização das startups em 2024. Startups de IA estão vendo suas avaliações dispararem devido ao potencial transformador da tecnologia. Valorações de startups de IA em estágio inicial frequentemente superam os US$70 milhões, enquanto aquelas em estágios mais avançados podem atingir cerca de US$100 milhões. A IA é vista como uma tecnologia com um enorme potencial, o que justifica essas altas avaliações. Mas não se engane quem acha que esses valuations são obtidos apenas com boas idéias. É necessário muito planejamento e a inserção correta das tecnologias em negócios que tendem a ser promissores. "Usar a IA apenas para estar no hype, não cria valor." Mas será que toda essa euforia é sustentável? Todo o espaço de discussão em torno da IA, especialmente a IA generativa, leva a investimentos significativos, mesmo em startups com receitas mínimas ou inexistentes. Exemplos incluem Anthropic e LangChain, que viram aumentos impressionantes em suas avaliações em curtos períodos. No entanto, nós como investidores e avaliadores experientes, estamos preocupados com a sustentabilidade dessas altas avaliações, destacando que muitas dessas startups ainda não geram receitas significativas. Mesmo assim, estamos vendo uma recuperação significativa nas fases de financiamento Seed e Série A. As avaliações estão subindo gradualmente, mas também se nota que o volume de negócios tem caído, indicando um foco maior na qualidade sobre a quantidade. Na Série B, a recuperação é ainda mais acentuada, refletindo um ambiente de investimento mais seletivo e competitivo. Isso se explica pelo fato de que essa Série tende a ser utilizada em empresas que já passaram pelas fases mais críticas do negócio e já tem resultados que comprovam suas projeções futuras. Outro ponto interessante é a possível reabertura da janela de IPOs, que esteve fechada por grande parte de 2023. Segundo a Pitchbook, há um otimismo cauteloso de que o mercado de IPOs possa se recuperar, trazendo novas oportunidades para startups e investidores. Esse retorno das ofertas públicas iniciais pode fornecer um impulso adicional para as avaliações de startups, criando um ambiente mais favorável para novas entradas no mercado. Continuo achando que as startups devem manter suas estratégias de demonstrar valor e não apenas boas idéias, sendo adaptáveis para garantir seu sucesso a longo prazo, e claro, protegendo o caixa com todas as suas forças. Mas é inegável que a inovação e a aderência às regulações continuam sendo cruciais para atrair investimentos. Então, nem tanto ao céu e nem tanto a terra. "O mundo adora boas idéias, mas premia quem mostra que sabe executá-las com maestria." Alguns artigos para quem quiser ler mais sobre o assunto: Startup Valuations in 2024 Startup Valuations in 2024: Trends, Innovations, and Case Studies For valuations, it’s AI versus the rest of VC Eye On AI: Valuations Are Not Slowing Down AI startups still snag huge valuations despite lack of revenue Return of IPOs, fewer unicorns and more startup predictions for 2024 Artigo também publicado no LinkedIn . Rucelmar Reis C-Level | Board Member | Advisor | Mentor Sócio Fundador da AdvisorTips Essa publicação faz parte do website Advisor.Tips e é protegida por direitos autorais.

  • Surfando a Onda da Inteligência Artificial: Vai Deixar Passar?

    Foto: Jerome Broullet/AFP/ND Você já parou para pensar em quantas oportunidades já deixou escapar por achar que era modismo ou coisa passageira? Ou então, quantas vezes, como Gabriel Medina, você estava preparado, mas infelizmente a onda simplesmente não veio? No surfe, a falta de ondas é uma questão de sorte; no mundo dos negócios, muitas vezes é uma questão de timing e estratégia. Agora, uma nova onda gigantesca se forma no horizonte: a inteligência artificial (IA). A pergunta que fica é: você está pronto para surfar essa onda ou vai deixar ela passar? Não adianta entrar tarde no mar dos negócios, pois você pode ficar sozinho e sem chance de prosperar. Gabriel Medina, considerado um dos melhores surfistas do mundo, perdeu a chance de disputar a medalha de ouro porque o mar não colaborou. Ele tinha habilidade, experiência, tudo o que precisava, exceto a onda certa. Agora, pense em sua empresa. O mercado está em constante mudança, e a IA representa uma dessas ondas que, se não for aproveitada, pode mudar completamente o jogo – seja para o bem ou para o mal. Vamos ser francos: quantas vezes você já ouviu falar sobre IA nos últimos meses? Provavelmente, várias. Mas a questão não é apenas ouvir falar, é agir. Muitos empresários ainda estão à margem, observando, hesitando, e enquanto fazem isso, outros já estão surfando essa onda, dominando o mercado, inovando e, mais importante, garantindo seu lugar no futuro. A realidade é que a IA não é uma moda passageira. Ela já está transformando indústrias inteiras, e aqueles que não se prepararem agora podem acabar como o surfista que perde a melhor onda do dia, ou pior, a única. Estar preparado tecnicamente e entender as aplicações da IA no seu negócio é essencial, mas só isso não basta. É preciso agir, e agir rápido. Porque quando você finalmente decidir que está pronto, pode ser tarde demais, e o mar pode não ter mais ondas para surfar. Mas se você acha que está preparado e surfando a onda certa, está mesmo? Ou melhor, você sabe o que significa estar preparado para surfar essa onda? Para alguns, IA ainda parece algo distante, complicado, acessível apenas a gigantes da tecnologia. No entanto, essa percepção é perigosa. A acessibilidade da IA está crescendo, e as empresas de todos os tamanhos já podem se beneficiar de suas aplicações. A verdadeira questão é: você está buscando entender como a IA pode ajudar seu negócio a crescer, a inovar, a se destacar? Tem buscado conhecimento apenas em notícias, ou tem testado na prática as várias aplicações da IA na sua empresa? Tem criado metas e laboratórios para avaliar as múltiplas opções que a IA trás? Ainda mais importante, você está disposto a correr o risco de cair um tombo e demorar a surfar essa onda? Porque, sim, assim como no surfe, pegar uma onda grande envolve risco. Talvez você não acerte na primeira tentativa. Talvez a implementação de IA na sua empresa seja desafiadora. Mas a alternativa – ficar parado, esperando que o mar mude sozinho, ou que apareça outra onda – pode ser muito mais arriscada. Em um futuro próximo, não adaptar-se pode significar ficar para trás, assistir seus concorrentes dominarem o mercado enquanto você luta para recuperar o tempo perdido. O que impede você de mergulhar de cabeça nessa onda agora? Medo? Falta de conhecimento? Ou talvez a falsa segurança de que o mercado ainda não está pronto? A verdade é que a onda já está se formando e quem hesitar pode acabar assistindo de fora enquanto outros surfam até a praia. Por fim, pergunte-se: onde quero estar quando a maré virar? Esperando pela próxima onda, ou liderando a próxima grande inovação no meu setor? A escolha é sua. Mas lembre-se, as ondas no mundo dos negócios, assim como no surfe, não esperam por ninguém. Prepare-se, aja e, acima de tudo, busque ajuda se precisar. Ninguém nasce sabendo surfar. Artigo também publicado no LinkedIn . Rucelmar Reis C-Level | Board Member | Advisor | Mentor Sócio Fundador da AdvisorTips Essa publicação faz parte do website Advisor.Tips e é protegida por direitos autorais.

  • União e Aquisição de Empresas em Tempos de Incerteza Econômica

    Como estruturar Fusões e Aquisições em tempos em que a previsibilidade e segurança econômica não existem? Esta é uma pergunta atual e importante para qualquer profissional da área anda se fazendo. Vamos explorar algumas estratégias práticas para navegar nesse cenário. Primeiro que o processo de Fusão ou aquisição por si só já é desafiador. Isso porque, nem sempre isso acontece de forma líquida e homogênea, pois são muitos interesses envolvidos e na maioria das vezes, empresas e pessoas com características bem diferentes. A união de estilos diferentes é saudável, trás diversidade e abre novos horizontes, mas nem sempre é harmoniosa. Como realizar uma avaliação eficaz ( valuation ) e due diligence? Primeiro, é essencial entender a saúde financeira da empresa alvo frente a essas incertezas. Avaliar riscos ocultos, flutuações sazonais, ocorrências pontuais e a sustentabilidade dos fluxos de caixa é ainda mais crucial em tempos de incerteza. Entretanto, confiar na capacidade de aplicar uma inovação e na adaptabilidade para a tomada de decisões futuras na empresa alvo, são muito importantes no processo de projeção de resultados e due diligence. Isso porque, na maioria das vezes, se adotam projeções feitas dentro de cenários já conhecidos e não se utilizam as sinergias e ganhos que uma nova liderança da empresa podem trazer ao negócio. Durante a diligência, é importante também analisar aspectos que podem se tornar oportunidades futuras e valores adicionais ao negócio e que que somente o comprador sabe que pode trazer. "Alguns dos líderes mais bem-sucedidos não têm medo de aproveitar oportunidades e ousam assumir riscos calculados." ( Eirik Stranden , 2023) Aswath Damodaran costuma falar que nossa reação à incerteza também não mudou muito ao longo dos tempos. De acordo com ele, nossas respostas mais comuns incluem paralisia, negação, atalhos mentais, pastoreio, terceirização e até pedido de intervenção divina. No entanto, ele acredita que a melhor maneira de lidar com a incerteza é "viver no mundo em que você está, em vez do mundo em que você gostaria de estar." Damodaran acredita que o primeiro passo para lidar com a incerteza é entender que nem todo risco é igual. Ele descreve três categorias de incerteza: estimativa vs. incerteza econômica, micro incerteza vs. macro incerteza e incerteza discreta vs. contínua. Fazer essas distinções e classificações ajudam a medir o grau de interferência dessas incertezas no seu processo de escolha e valuation de uma empresa. Determine graus para essas incertezas e não tenha medo de errar. A incerteza da estimativa se refere à possibilidade de modelos ou entradas erradas para a avaliação de uma empresa, enquanto a incerteza econômica surge de mudanças nos mercados e economias. Já a micro incerteza abrange o mercado potencial, concorrência e capacidades da equipe de gestão, enquanto a macro incerteza lida com mudanças no ambiente econômico mais amplo. A incerteza discreta envolve riscos latentes que podem surgir inesperadamente, e a incerteza contínua refere-se a riscos contínuos como mudanças nas taxas de juros. "Não entre em negação, não terceirize, não aja como se não existisse a incerteza. Aceite, esteja bem com isso.” (Aswath Damodaran, 2023) Quem tiver apetite para negócios nesses tempos, precisa aceitar a realidade da incerteza como parte inevitável e saber trabalhar com ela a seu favor. Enfrentar a incerteza, em vez de terceirizá-la, é crucial. Por isso é importante realizar várias análises e considerarem diferentes cenários para tomar decisões mais embasadas. Como identificar sinergias e eficiências operacionais? Identificar sinergias e oportunidades de eficiência operacional é essencial. Empresas que conseguem implementar sinergias rapidamente tendem a obter melhores resultados pós-aquisição. No entanto, a razão de uma fusão não pode ser exclusivamente pautada pela sinergia oferecida, já que há de se prever muitos outros elementos nessa união que podem derrubar as vantagens obtidas por sinergias operacionais e de negócios, como passivos, riscos, culturas diferentes e custos de integração. "As fusões são como casamentos. Eles são a união de duas pessoas. Da mesma forma que você não se casaria com alguém buscando eficiências operacionais na administração de uma família, então por que se pensa em juntar duas empresas com culturas e identidades únicas por esse motivo?" (Simon Sinek, 1973) A simulação de resultados futuros com as duas empresas trabalhando em conjunto, é fundamental, mas na grande maioria das vezes se tem um otimismo exagerado sobre as sinergias e um descaso explícito sobre as questões de cultura e governança pós fusão. Vi muitos negócios sofrerem extensa avaliação sobre os quesitos fiscais, contábeis e jurídicos, e nada sendo avaliado sobre a cultura e forma de trabalho entre as empresas. Quando isso acontece, a incerteza toma conta de todos os envolvidos e existe uma queda de resultados e de produtividade que se forem recuperadas, levarão tempo para se acomodarem à nova estrutura. Então, antes de pensar em sinergias, pense na similaridade de formas de atuação e controles que as empresas adotam. Dê preferência a empresas que tem os mesmos valores e formas de fazer negócios. Quais estruturas de pagamento são recomendáveis frente a um cenário de incertezas? Estruturas de pagamento flexíveis são recomendáveis, especialmente os pagamentos baseados em performance (earn-outs). Esses pagamentos alinham os interesses do comprador e do vendedor, mitigando riscos em um cenário de incertezas. Essa técnica evita que projeções irreais atrapalhem a definição do preço, uma vez que esse preço final será definido pelas perfomances futuras da empresa, confirmando ou não o valuation. "O earnout prenche a lacuna de avaliação entre a previsão otimista do vendedor e o ceticismo saudável do comprador.” ( Gundersen, 2005 ). Por que é importante focar no crescimento de longo prazo? Uma aquisição não pode ser feita sem um planejamento profissional, onde se principalmente se analisem as Oportunidades, Ameaças ao Negócio e necessidade de encarar novos negócios, mercados e produtos. A partir dessa análise e planejamento, é possível se traçar uma rota de possibilidades de Fusões e Aquisições. Não é recomendável realizar esse tipo de movimento para resolver questões imediatas, pois o processo de M&A é como um casamento e precisa ser construído com calma e com um plano bem elaborado. A instrumentalização do processo de M&A é importante e precisa contemplar todas as possibilidades de intercorrências, mas acima disso, a capacidade de interlocução e forma de comunicação entre os envolvidos precisa ser trabalhada desde o dia 1 da negociação de uma aquisição ou fusão. Esse ponto da capacidade de comunicação ampla e clareza do acordo, tende a ser um dos mais ofensores após a concretização da operação. Manter uma visão de longo prazo é crucial. As fusões e aquisições devem posicionar a empresa para o crescimento futuro. Planejar estrategicamente, não envolve apenas análise de números e questões operacionais. A incerteza do presente pode gerar resultados desastrosos no futuro, se não forem analisadas de maneira eficiente. Contrate profissionais experientes, que são acostumados a ler esses cenários e já passaram por muitas dessas situações. Eles podem mostrar o melhor caminho a seguir, e evitar a grande maioria dos erros e incertezas comuns nesse processo. Artigo também publicado no LinkedIn . Rucelmar Reis C-Level | Board Member | Advisor | Mentor Sócio Fundador da AdvisorTips Essa publicação faz parte do website Advisor.Tips e é protegida por direitos autorais.

  • Inteligência Artificial: grande impacto nos negócios e na forma de viver

    Nos últimos anos, tenho observado de perto a revolução que a inteligência artificial (IA) e a automação de processos e tarefas estão trazendo para o mundo dos negócios. Não é exagero dizer que vivemos uma transformação sem precedentes, quase que uma nova era da tecnologia, que impacta profundamente não apenas as nossas carreiras, mas também a maneira como as empresas operam e prosperam. Confesso que, no início, a ideia de máquinas e algoritmos assumindo tarefas antes realizadas por seres humanos me causou um certo desconforto. Será que seremos substituídos? Como encontrar nosso lugar em um mercado cada vez mais automatizado? Essas perguntas me deixavam cada vez mais curioso, mas eu sabia que tudo poderia mudar de uma hora para outra, assim como foi na época do lançamento da internet. Acredito que esses questionamentos são parte central do pensamento da maioria dos profissionais. Mas, depois de me aprofundar no tema, cheguei a algumas conclusões que quero dividir. Impactos e oportunidades À medida que fui estudando o tema, comecei a entender que a IA e a automação não são inimigas dos profissionais, mas sim poderosas aliadas. E o mesmo vale para os negócios. Elas têm o potencial de liberar o nosso tempo para focarmos em atividades mais estratégicas e criativas, algo que as máquinas ainda não conseguem replicar com a mesma eficácia.  Você certamente já deve ter ouvido falar em "otimização de processos" e "automação de tarefas", certo? Com estas novas tecnologias, tarefas rotineiras e repetitivas estão cada vez mais automatizadas, permitindo que as operações sejam realizadas com maior rapidez e precisão. Isso justifica o importante aforismo do mercado, repetido inúmeras vezes: time is money !  IA nas tomadas de decisão Com a IA, as empresas podem analisar grandes volumes de dados em tempo real, extraindo insights valiosos para orientar suas estratégias. Isso vai desde a análise de comportamento do consumidor até a previsão de tendências de mercado. A capacidade de tomar decisões baseadas em dados concretos e não em intuições, proporciona uma vantagem competitiva significativa. Veja, o papel central de uma decisão ainda cabe à pessoa humana. É aí que eu quero chegar: as inteligências artificiais não substituem nosso papel nas tomadas de decisão, elas vêm para nos auxiliar, para sustentar e fortalecer as nossas ações, permitindo que tenhamos um pouco mais de tranquilidade e confiança no que estamos fazendo. Aliás, a IA não é infalível e quem hoje acredita que a IA pode substituir pelo menos a revisão humana, se engana, pois a grande maioria das IAs atuais ainda alucinam e trazem alguns dados incorretos em suas análises. Isso porque elas são probabilísticas e não determinísticas. Não são programadas para afirmar categoricamente sobre algo. As IAs respondem conforme a base de conhecimento que dispõem, e podem dar informações erradas, ou até inventarem algo, se a base não estiver com a resposta correta. Algo pessoal Cito, também, a personalização como um benefício que a IA traz para os negócios. Com algoritmos sofisticados, as empresas podem oferecer produtos e serviços sob medida para as necessidades e preferências de cada cliente. Isso não apenas melhora a experiência do consumidor, mas também aumenta a fidelidade e o valor vitalício do cliente para a empresa. O tratamento de clientes através da criação de personas que representavam uma parcela do público alvo, agora passa a uma outra categoria, onde se consegue comunicar e tratar as necessidades individuais de cada um, pois a capacidade de tratamento de dados e informações passou a um ponto inimaginável a pouco tempo atrás. Inovação Não podemos esquecer do impacto na inovação. Para a economia criativa, essa, certamente, é a palavra mais importante. A IA está permitindo a criação de novos produtos e serviços que antes estavam apenas nos filmes futurísticos. Desde carros autônomos até diagnósticos médicos assistidos por algoritmos, as possibilidades são infinitas. O mundo está se transformando e apostando muito alto nessa tecnologia. E como tudo que é considerado inovação, existirá um lado bom e um lado ruim, pois a potência dessa transformação afeta tanto quem busca fazer o bem quanto quem busca o mal. Então, além da necessidade de entender pelo menos o básico e as aplicabilidades do mundo de IAs, para que possamos usar da melhor maneira em nossos objetivos, esse conhecimento nos auxilia a saber se não estamos propagando, ou sendo enganados por falsas verdades criadas propositalmente com a ajuda de IAs. É o caso das deep fakes, que criam falas, imagens que parecem muito reais, mas que nunca existiram. Desafios Claro, essa transformação também traz desafios, como tudo na vida. A implementação dessas novas tecnologias exigem investimentos significativos e uma mudança cultural dentro das nossas vidass e nas empresas. É necessário treinar funcionários, atualizar infraestruturas e, muitas vezes, reestruturar processos. Mas os benefícios a longo prazo superam esses obstáculos iniciais. Fica aqui o recado para os profissionais que desejam se destacar: atualizem-se. Entendam os conceitos básicos de uma Inteligência Artificial generativa e como ela funciona. O avanço fantástico que tivemos ao poder conversar com essa tecnologia é sem dúvida transformador, mas dependendo da forma como você faz esse diálogo (cria o prompt ) faz toda a diferença no resultado que você obtém. Uma das profissões do futuro será o prompt engineer que será o profissional especialista, dedicado a se comunicar da forma mais produtiva com as IAs disponíveis.  Como falei no último artigo, essas inovações tecnológicas d esempenham um papel de filtro profissional que separa aqueles que terão sucesso no futuro e aqueles que não terão mais espaço nesse mercado. Hoje, enxergo a IA e automação como catalisadoras de um novo ciclo de prosperidade nos negócios. A jornada pode ser desafiadora, mas é também repleta de possibilidades para as empresas que se preparam e abraçam a mudança. Uma coisa é certa: nossa geração será a última a saber como é o mundo sem a Inteligência Artificial. A próxima geração não saberá distinguir, em seu dia a dia, o que usa IA e o que não usa, pois a tecnologia estará embarcada e funcional em quase tudo que possa estar conectado. Como será esse mundo? Ainda não sabemos, mas podemos afirmar que será muito diferente do que vemos hoje. Artigo também publicado no LinkedIn . Rucelmar Reis C-Level | Board Member | Advisor | Mentor Sócio Fundador da AdvisorTips Essa publicação faz parte do website Advisor.Tips e é protegida por direitos autorais.

  • Habilidades do futuro: competências essenciais do profissional em 2030

    O mercado de trabalho tem se modificado muito nos últimos anos e, se espera mudanças ainda mais profundas até 2030. A digitalização de todos os processos, a inteligência artificial e a automação estão redefinindo as exigências das competências profissionais, exigindo que trabalhadores de todas as áreas se adaptem a novas realidades. Segundo a OCDE, preparar-se para o futuro requer um enfoque robusto no desenvolvimento de habilidades que possibilitem enfrentar desafios e aproveitar oportunidades emergentes. Então, quais habilidades o profissional do futuro precisará ter? Como esse profissional pode conquistar essas competências? O cenário contemporâneo do mercado de trabalho apresenta um desafio substancial: acompanhar a velocidade das mudanças tecnológicas e sociais. A globalização e a inovação tecnológica demandam que os profissionais adquiram não apenas conhecimento técnico, mas também desenvolvam habilidades interpessoais e uma adaptabilidade sem precedentes. Fica evidente que os sistemas educacionais e os profissionais precisam se reinventar para formar profissionais mais capacitados a atender essa nova realidade. Alfabetização Digital Para prosperar nesse ambiente dinâmico, algumas habilidades não podem deixar de ser citadas. A primeira e mais importante competência é a alfabetização digital avançada. Isso significa não apenas saber usar tecnologias básicas, mas também compreender e aplicar ferramentas como inteligência artificial, big data e blockchain. Profissionais que dominam essas tecnologias estarão em uma posição privilegiada para inovar e liderar suas respectivas áreas. Além disso, a capacidade de trabalhar de forma aumentada – ou seja, em colaboração eficiente com sistemas de automação e inteligência artificial – é cada vez mais exigida. Isso requer uma compreensão profunda das potencialidades e limitações dessas tecnologias, permitindo que os profissionais aumentem sua produtividade e eficiência. Compreensão da Importância da Sustentabilidade A sustentabilidade também está no centro das competências futuras. Em um mundo cada vez mais consciente das questões ambientais, os profissionais devem ser capazes de implementar práticas sustentáveis em suas rotinas de trabalho, contribuindo para o bem-estar do planeta e, simultaneamente, atendendo às expectativas de clientes e stakeholders preocupados com essa questão. Mas, a Sustentabilidade vai além apenas do meio ambiente, tendo grande importância nos demais papéis do ESG (Environment, Social & Governance). O envolvimento e preocupação com toda a sociedade que afeta o ambiente profissional, será cada vez mais importante e aderente ao que se busca dos profissionais do futuro. Em um momento onde a informação se propaga de forma muito rápida, não se pode mais viver em um casulo ou trabalhar dentro de uma bolha profissional. Ter a habilidade de entendimento dos reflexos sociais e seus movimentos, fazem um profissional mais preparado para desempenhar funções cada vez mais estratégicas. E ainda, no processo de sustentabilidade, a governança empresarial é aquela que permite a longevidade do negócio, transições mais suaves, processos sucessórios e foco no esforço correto para obter os resultados programados. O profissional que não busca entender os mecanismos atuais de governança, tende a seguir caminhos que às vezes são muito inspiracionais e podem até funcionar por um curto período, mas que podem pôr em risco toda a carreira e reputação, em curtíssimo tempo. Capacidade de Discernimento de Informações O pensamento crítico e a capacidade de análise são igualmente essenciais. Com a vasta quantidade de informações disponíveis atualmente, a habilidade de discernir dados relevantes e aplicá-los de maneira eficaz para resolver problemas complexos é indispensável. Complementarmente, as habilidades com dados – incluindo a capacidade de interpretar e extrair insights de grandes volumes de informações – tornam-se cada vez mais valorizadas, permitindo decisões mais embasadas e estratégicas. Criatividade Responsável A criatividade é outra competência que ganha destaque nos dias de hoje. A capacidade de pensar fora da caixa e propor soluções inovadoras serão condições sine qua non para se adaptar e prosperar nos novos mercados. Aliada a isso, a inteligência emocional – habilidade de compreender e gerenciar emoções, tanto próprias quanto dos outros. Não basta ser criativo apenas. A criatividade e forma de pensar diferente precisam estar acompanhadas de muita responsabilidade para que se explore a inovação, mas com ética e respeito às regras existentes. Liderança Inspiradora Por último, as habilidades de liderança, que vão além de gerenciar pessoas. Liderar envolve inspirar, motivar e guiar equipes para alcançar objetivos comuns, adaptando o estilo de liderança às necessidades da equipe e da organização. Com o avanço tecnológico, os trabalhos mais manuais serão substituídos, assim como aconteceu no passado na revolução industrial. Nesse cenário de transformação, o profissional precisa buscar formação e condições de liderança, mudar seu mindset e se esforçar para desenvolver capacidades de liderança e visão estratégica. Essas habilidades são algumas que têm menor probabilidade de serem facilmente substituídas pela tecnologia. A combinação de competências técnicas e interpessoais, junto com uma mentalidade de aprendizado contínuo, prepara os profissionais para enfrentar os desafios de um mercado de trabalho em rápida transformação. Ao focar no desenvolvimento dessas habilidades, você estará melhor equipado para construir uma carreira bem-sucedida e resiliente no futuro. Não acredito que as novas tecnologias venham para tomar o lugar dos bons profissionais, muito pelo contrário. Acredito que elas acabam por desempenhar um papel de filtro profissional que separa aqueles que terão sucesso no futuro e aqueles que não terão mais espaço nesse mercado. Todas as habilidades acima já são essenciais e serão exigidas em maior ou menor grau nos próximos anos. Cabe a cada um de nós manter-nos atualizados e aptos a continuar entregando valor em nossos trabalhos. Artigo também publicado no LinkedIn. Rucelmar Reis C-Level | Board Member | Advisor | Mentor Sócio Fundador da AdvisorTips Essa publicação faz parte do website Advisor.Tips e é protegida por direitos autorais.

  • Quarto Companheiro do Fracasso: Falta de Escassez

    Você já ouviu falar dos incas, maias e astecas, as civilizações antigas da América Central e do Sul? Eles habitavam regiões montanhosas e extremamente áridas, onde a sobrevivência não era fácil. E, no entanto, essas civilizações desenvolveram tecnologias e conhecimentos surpreendentes que até hoje intrigam historiadores e cientistas. Mas por que eles conseguiram isso? A resposta está na escassez de recursos naturais. 1. A Escassez como Mãe da Inovação As civilizações dos incas, maias e astecas enfrentaram um ambiente hostil. Eles viviam em regiões onde a agricultura era desafiadora, e a falta de recursos naturais era uma realidade diária. Mas foi essa escassez que os impulsionou a inovar e criar soluções engenhosas para sobreviver. 2. O Conhecimento dos Incas Os incas, por exemplo, construíram cidades incríveis nas montanhas dos Andes. Eles desenvolveram sistemas agrícolas em terraços que permitiam cultivar alimentos em altitudes elevadas. Eles também tinham conhecimentos avançados de engenharia civil, criando estradas e pontes impressionantes em um terreno acidentado. 3. A Complexidade da Matemática Maia Os maias, conhecidos por seu calendário preciso e suas realizações em matemática, desenvolveram sistemas complexos de contagem e medição. Eles usavam sua matemática para rastrear o tempo e os eventos astronômicos com precisão notável. 4. Os Astecas e suas Habilidades Agrícolas Os astecas, em meio à escassez de terras férteis, criaram jardins flutuantes conhecidos como "chinampas". Essas ilhas artificiais eram usadas para cultivar alimentos e flores, demonstrando sua habilidade em superar a falta de recursos naturais. 5. O Paralelo com as Startups Agora, traga essa lição para o mundo das startups. Startups que enfrentam desafios de recursos frequentemente se tornam mais inovadoras, mais ágeis e mais eficientes. A necessidade de reinventar e encontrar soluções criativas pode impulsionar a criatividade e o sucesso. 6. A Abundância Pode Levar à Comodidade Por outro lado, startups com recursos em excesso podem cair na armadilha da comodidade, assim como os nativos tropicais que tinham abundância de recursos naturais e um clima pouco desafiador. Isso fez com que não tivessem a necessidade de desenvolver técnicas avançadas como os povos da cordilheira e dos desertos. Ter tudo à disposição pode fazer com que se acomodem e deixem de buscar soluções inovadoras. 7. O Companheiro do Fracasso A falta de escassez de recursos, paradoxalmente, pode ser o quarto "companheiro do fracasso" para as startups. Ela gera comodismo e acomodação, impedindo a busca constante por soluções inovadoras e eficazes. A escassez de recursos pode ser uma oportunidade para a criatividade florescer, enquanto a abundância pode exigir muita disciplina e governança de recursos para não gerar acomodação demasiada e acabar tolhendo a criatividade fundamental para as startups. Artigo também publicado no LinkedIn. Rucelmar Reis C-Level | Board Member | Advisor | Mentor Sócio Fundador da AdvisorTips Essa publicação faz parte do website Advisor.Tips e é protegida por direitos autorais.

  • Tensões cinzas

    Ao longo da minha história como consultor e executivo em empresas multinacionais, tive a chance de ver muita coisa e entender um pouco das complexidades das relações entre heads e agentes. Nesse contexto, existe o que chamamos de Agency Theory, que é um conceito central nos estudos de administração e finanças, que oferece uma perspectiva interessante para entender essas relações, evidenciando os desafios e conflitos que surgem quando um agente é incumbido de agir no interesse de um head (principal). Ao longo do tempo, vi claramente como os executivos (agentes) e os acionistas (principais) podem ter seus interesses desalinhados. Vi, de cadeira cativa, as nuances dessas relações, o jeito cinza de tratar assuntos que deveriam ser brancos ou pretos, onde muitos executivos podem tomar decisões visando benefícios pessoais em detrimento dos interesses dos acionistas e da empresa. Essa dinâmica não é exclusiva das grandes corporações; nas empresas menores, os desafios da teoria da agência são igualmente perceptíveis, porém com algumas peculiaridades diferentes. Nas pequenas e médias empresas, a linha entre os executivos e os sócios muitas vezes se mistura, pois em muitos casos, eles são a mesma pessoa. Essa sobreposição de papéis pode levar a um alinhamento confuso de responsabilidades, onde as decisões empresariais são influenciadas tanto pela visão do executivo quanto pelo interesse do sócio. Esta dualidade pode complicar o alinhamento de objetivos e obscurecer a clareza nas tomadas de decisão, criando um terreno fértil para conflitos de interesse e decisões que podem não ser no melhor interesse da empresa como um todo. Ao enfrentar esses desafios em empresas de diferentes tamanhos, percebi que o que colabora para resolver essa questão é a transparência. Sabemos que promover uma comunicação aberta e honesta entre todas as partes envolvidas é essencial. Mas será que isso ocorre de verdade na maioria dos ambientes profissionais? Nas grandes corporações, a implementação de políticas claras e mecanismos de incentivo que alinham os interesses dos executivos com os dos acionistas, sem dúvida ajuda a minimizar os conflitos. Já em empresas menores, estabelecer limites claros e responsabilidades definidas entre as funções de sócio e executivo é crucial para evitar a mistura de decisões pessoais com as empresariais. Mas nem sempre os sócios/executivos estão preparados para ter essa conversa. Outra estratégia que acho bem eficaz é a implementação de sistemas de governança corporativa robustos, mesmo em pequenas empresas, para assegurar que haja uma supervisão adequada das decisões tomadas. A definição de metas claras, acompanhadas de um sistema de recompensas e penalidades, pode incentivar comportamentos alinhados com os melhores interesses da empresa. E sabendo realizar esse alinhamento, não se tem grandes custos e o resultado é uma empresa mais qualificada em seus processos, com gestores e executivos mais alinhados e uma governança que só colabora para deixar a empresa mais valiosa e mais reconhecida. Não desmereça esse assunto! Não ache que isso não é para você, ou que é algo que não se aplica à sua empresa. Esse pensamento pode ser a razão de muita coisa boa não estar acontecendo no seu ambiente de trabalho. Se precisar, peça ajuda! Artigo também publicado no LinkedIn. Rucelmar Reis C-Level | Board Member | Advisor | Mentor Sócio Fundador da AdvisorTips Essa publicação faz parte do website Advisor.Tips e é protegida por direitos autorais.

  • Terceiro Companheiro do Fracasso: Queima de Caixa versus o Crescimento

    Lembram da época em que as startups eram avaliadas principalmente com base em suas ideias inovadoras e potencial de crescimento explosivo? Bem, as coisas estão mudando. Hoje, mais do que nunca, o mantra "cash is king" se tornou a coisa mais falada entre os investidores e empreendedores. Vamos entender melhor essa mudança de paradigma e como a falta de gestão de caixa se tornou o terceiro "companheiro do fracasso." 1. A Matemática dos 40 Imagine uma startup que cresce a uma taxa impressionante de 60% ao ano. Parece impressionante, certo? Agora, se esse crescimento vier acompanhado de um um EBITDA (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) negativo de -20% no ano, a matemática revela uma verdade: essa empresa pode estar no limite de sua viabilidade. A soma do crescimento anual (60%) e o resultado do EBITDA (-20%) é igual a 40 e esse é o valor limite encarado por alguns investidores ao analisarem os números das startups. Isso significa que uma startup com crescimento de 20% e EBITDA de 20% também está no seu limite perante investidores que usam essa métrica. A soma desse indicadores (crescimento e EBITDA) devem ser superiores a 40, portanto uma empresa com crescimento de 30% no ano e um EBITDA de 30% (resultado de 60) é um negócio que atrai muito mais investidores do que os cenários mencionados antes. 2. Caixa em Primeiro Lugar O antigo lema "o dinheiro segue a grande ideia" está sendo substituído pelo "o dinheiro segue a gestão financeira sólida". Os investidores não estão mais dispostos a financiar negócios que queimam dinheiro sem um plano claro de como se tornarão lucrativos. O caixa da sua startup é a almofada de segurança que garante sua sobrevivência, especialmente em tempos turbulentos. 3. O Desprezo pela Gestão de Caixa é um Erro Fatal O terceiro "companheiro do fracasso" é o desprezo pela gestão de caixa em favor do crescimento a qualquer custo. Não há dúvida de que o crescimento é importante, mas ele precisa ser sustentável. A queima de caixa desenfreada sem um plano estratégico sólido é um sinal vermelho para investidores e uma rota direta para o fracasso. 4. Compromisso com o Crescimento Sustentável Hoje, as startups precisam abraçar a gestão financeira com a mesma paixão que abraçam suas ideias inovadoras. É crucial manter um equilíbrio entre o crescimento e a gestão eficaz de caixa. O crescimento explosivo não deve ser alcançado às custas de uma empresa financeiramente não saudável. Ter acompanhamento de um financeiro robusto, ou até mesmo ter sócios com esse perfil administrativo financeiro é algo muito valioso e que deve ser perseguido por toda startup. Artigo também publicado no LinkedIn. Rucelmar Reis C-Level | Board Member | Advisor | Mentor Sócio Fundador da AdvisorTips Essa publicação faz parte do website Advisor.Tips e é protegida por direitos autorais.

  • Primeiro Companheiro do Fracasso: A Falta de Diversidade de Especialidades.

    Resolvi abordar o que eu chamo dos 4 Companheiros do Fracasso das Startups. Eles sempre andam juntos, e tem feito um estrago grande no mercado, sendo responsáveis por grande parte da mortalidade de negócios promissores. Nessa série de 4 artigos, vamos falar sobre eles. O primeiro deles é a falta da diversidade. Você já parou para pensar por que algumas startups florescem enquanto outras lutam para sobreviver? Por que algumas ideias brilhantes parecem não decolar, enquanto outras se transformam em empresas de sucesso? A resposta muitas vezes está na diversidade - não apenas na diversidade que costumamos ouvir falar em momentos que se fala tanto em ESG, mas também na diversidade de especialidades e de pensamento. 1. Uma Equipe de Fundadores Complementar Imagine uma startup fundada por um grupo de amigos com formação idêntica e experiência semelhante. Eles podem compartilhar afinidades, mas também podem compartilhar pontos cegos que passam despercebidos. Agora, considere uma startup com co-fundadores de diferentes especialidades: um engenheiro de software, um especialista em marketing, um designer e um estrategista de negócios. Cada um traz uma perspetiva única para a mesa, criando uma equipe mais resiliente e adaptável. 2. Pensamento Crítico e Inovação A diversidade de especialidades significa que você terá pessoas olhando para o problema de diferentes ângulos. Quando pessoas com formações diversas se reúnem, surgem ideias mais criativas e inovadoras. Questões complexas são abordadas de maneiras variadas, permitindo soluções mais eficazes e, muitas vezes, disruptivas. Você quer que sua startup seja mais do mesmo ou quer desafiar o status quo? Afinal, o princípio de uma startup não é construir algo inovador? 3. Minimizando Lacunas e Fraquezas Não importa o quão habilidosos sejam os fundadores, todos têm suas lacunas. Ter uma equipe com especialidades variadas ajuda a preencher essas lacunas de conhecimento e habilidade. Isso significa que sua startup está mais bem preparada para enfrentar obstáculos imprevistos e se adaptar às mudanças do mercado. 4. A Questão Além da Diversidade Óbvia Muitas vezes, quando falamos de diversidade, nos concentramos em fatores como gênero, raça e origem étnica. Essa diversidade é fundamental e deve ser buscada, mas não devemos esquecer a diversidade de pensamentos e de especialidades. Ela também é essencial para criar uma riqueza de pensamento e capacidades diferentes. Então, meu conselho é que antes de iniciar sua próxima aventura empreendedora, pergunte-se: Sua equipe de fundadores possui uma diversidade real de especialidades? Você tem uma equipe capaz de entender os princípios básicos da solução que sua empresa vai propor? Estão prontos para enfrentar desafios de diferentes ângulos? Se não, talvez seja hora de repensar e trazer perspetivas variadas para a mesa, com outros sócios ou empresas consultoras que ajudem a preencher essas lacunas. Lembre-se, a diversidade de especialidades pode ser o seu trunfo, mas a falta dela pode ser mais um "companheiro do fracasso". Artigo também publicado no LinkedIn. Rucelmar Reis C-Level | Board Member | Advisor | Mentor Sócio Fundador da AdvisorTips Essa publicação faz parte do website Advisor.Tips e é protegida por direitos autorais.

  • Segundo Companheiro do Fracasso: Ideias Brilhantes que Não Decolam

    Você já teve uma ideia genial que parecia revolucionar o mundo, mas acabou ficando apenas no papel? Acredite, você não está sozinho. Muitas mentes criativas enfrentam esse dilema: uma ideia brilhante, porém, sem mercado. Nesse artigo, quero explorar por que isso acontece e como você pode evitar esse obstáculo, que pode ser um dos companheiros do fracasso. 1. O Brilho da Inovação É incrível como a criatividade humana pode gerar inovações incríveis. No entanto, nem toda inovação tem aplicabilidade no mercado. Pergunte a si mesmo: Sua ideia resolve um problema real? Existe demanda por ela? Às vezes, a empolgação com a novidade pode ofuscar a necessidade real do mercado. 2. A Necessidade de um Mercado Alvo Você pode estar se perguntando: Como sei se há mercado para minha ideia? É aqui que entra o planejamento de negócios. Identificar seu mercado-alvo, entender suas necessidades e avaliar a concorrência são etapas cruciais. Se você não sabe quem vai comprar sua inovação, está navegando às cegas. 3. A Armadilha do "Legal, mas Não Necessário" Estive recentemente em duas grandes feiras de inovação na Europa, no entanto, fica claro que muitas delas não tem aplicabilidade no mundo dos negócios. Muitas ideias se enquadram na categoria do "legal, mas não necessário". São coisas que as pessoas podem achar interessantes, mas que não resolvem um problema premente ou não melhoram significativamente suas vidas. Certamente, é bom ter algo legal, mas sua startup precisa ir além disso. 4. O Plano de Negócios como Guia Para evitar a armadilha de uma ideia sem mercado, você precisa de um plano de negócios sólido. Esse plano será seu guia, ajudando-o a validar sua ideia, entender seu público-alvo, identificar a concorrência e definir uma estratégia de vendas. Um plano bem elaborado é como um mapa que o levará ao seu destino: o sucesso. 5. Faça as Perguntas Certas Então, antes de investir tempo e recursos em uma ideia brilhante, faça a si mesmo algumas perguntas cruciais: Quem precisa disso? Por quê? Como minha inovação resolve um problema real? Se você não tiver respostas claras e fundamentadas, é hora de voltar à prancheta. Lembre-se, o entusiasmo inicial é importante, mas uma startup de sucesso é construída sobre alicerces sólidos. Garanta que sua ideia brilhante tenha um mercado esperando por ela. Só assim você estará evitando mais um companheiro do fracasso. Artigo também publicado no LinkedIn. Rucelmar Reis C-Level | Board Member | Advisor | Mentor Sócio Fundador da AdvisorTips Essa publicação faz parte do website Advisor.Tips e é protegida por direitos autorais.

  • Startup ou Shutdown

    Nos últimos anos, temos testemunhado um verdadeiro "boom" de empresas chamadas de startups, que prometem revolucionar o mercado e crescer rapidamente. No entanto, muitas dessas empresas acabam não cumprindo a promessa e fazem exatamente o oposto, encerrando suas operações precocemente e deixando um rastro de fracasso e frustração para investidores e colaboradores. Um dos fatores mais contundentes para essa situação é o não respeito a governanças e o modo de pouco controle que se costuma ter nesses negócios. Talvez o maior problema que se tem verificado é a falta de gestão sobre o caixa dessas empresas. Enquanto a expressão "Cash is King" tem sido amplamente utilizada no mundo dos negócios para destacar a importância do gerenciamento financeiro, muitas startups têm ignorado essa lição fundamental e acabam em uma situação financeira apertada. Com o dinheiro acabando, muitas dessas empresas são forçadas a buscar novos aportes, diluir a participação dos investidores e a fazer cortes drásticos em seus planos de expansão, ou até mesmo fecharem suas portas ao não conseguir novas séries de investimento. Nesse cenário de falta de gestão, surge o termo shutdown, que é muito mais apropriado para descrever a situação dessas empresas do que o termo startups. Enquanto o termo startup sugere um início promissor, o termo shutdown destaca o fim prematuro e fracassado dessas empresas. Muitas startups se concentram em gastar dinheiro para crescer rapidamente, sem levar em consideração a importância de manter uma reserva financeira e garantir que o fluxo de caixa esteja sob controle. Como resultado, essas empresas muitas vezes se encontram em uma situação de caixa apertado e são mais direcionadas a serem shutdown do que startups. Outro fator que contribui para o shutdown destas empresas é a falta de experiência dos executivos. Muitas vezes, esses empreendedores têm ideias inovadoras, mas não sabem como executá-las de forma eficaz. Eles podem ser bons em marketing e vendas, mas não têm experiência em gerenciamento financeiro ou administração geral de negócios. Isso pode levar a erros de gestão e à incapacidade de manter a empresa funcionando por tempo suficiente para alcançar o sucesso. Enquanto muitos empreendedores criativos continuam a perseguir o sonho de criar o próximo unicórnio (empresas que valem mais de US$ 1 Bilhão), é importante lembrar que o sucesso a longo prazo depende de uma abordagem cuidadosa e consciente em relação ao gerenciamento financeiro e à administração geral de negócios. Se isso não for mudado, teremos cada vez mais empresas shutdown e cada vez menos startups. O mercado precisa ficar atento a isso, e regular os investimento baseado em planos de negócio claros e eficientes, conduzidos por profissionais capacitados e experientes. Não se pode mais apostar em ideias inovadoras que não tem capital humano e processo bem estabelecidos para que a inovação aconteça. Se você é um investidor, ou tem uma grande ideia que acha que pode se converter em um grande negócio, lembre dessa expressão "Cash is King" pois ela pode evitar que sua startup já nasça sendo uma shutdown. Artigo também publicado no LinkedIn. Rucelmar Reis C-Level | Board Member | Advisor | Mentor Sócio Fundador da AdvisorTips Essa publicação faz parte do website Advisor.Tips e é protegida por direitos autorais.

  • Chefe, gestor ou líder? - Parte 2

    Dando continuidade no artigo escrito aqui nesse blog, sobre esse assunto que as vezes gera dúvidas e até polêmicas. Um tempo atrás eu escrevi um artigo aqui nesse blog, entitulado "Chefe, gestor ou líder?". Resolvi falar um pouco mais sobre esse tema. Gosto muito de analogias, pois elas facilitam o entendimento de assuntos mais complexos. Nesse assunto específico de definição sobre Chefes, Gestores e Líderes, podemos fazer uma analogia com um time de futebol. Imagine uma equipe de futebol. O chefe seria como o árbitro, responsável por fazer cumprir as regras e decidir o que é certo e errado. O gestor seria como o técnico, responsável por organizar a equipe, definir estratégias e garantir que todos os jogadores estejam desempenhando bem suas funções. Já o líder seria como o capitão do time, aquele que inspira e motiva os jogadores, mostrando-lhes o caminho a seguir e guiando-os rumo à vitória. Assim como no futebol, cada papel tem uma função específica, mas para alcançar o sucesso, é preciso que os três trabalhem juntos em harmonia. O chefe deve garantir que as regras sejam cumpridas, mas sem esquecer de motivar a equipe. O gestor deve organizar o trabalho, mas sem perder de vista a importância de inspirar e motivar os colaboradores. Já o líder deve guiar e motivar, mas sem deixar de lado a responsabilidade de manter a equipe alinhada aos objetivos da organização. Nessa linha, a empresa também precisa de um equilíbrio entre chefe, gestor e líder. Um bom chefe deve saber usar sua autoridade de forma justa e coerente. Um bom gestor deve saber administrar e gerir os recursos e a equipe de forma responsável. E um bom líder deve saber influenciar e motivar sua equipe para que todos trabalhem juntos em busca dos objetivos comuns. Ao buscar esse equilíbrio, não se trata apenas de ter um título ou cargo específico, mas sim de desempenhar cada papel com eficiência e eficácia. Então, não se trata de ser uma coisa ou outra, mas sim de ser um profissional completo, que saiba usar suas habilidades e competências de forma a maximizar os resultados da equipe e da empresa como um todo. Não se preocupe com rótulos ou títulos, mas sim em desenvolver as habilidades necessárias para ser um profissional completo. Seja um técnico, um capitão ou um árbitro em sua empresa, buscando sempre o equilíbrio e a excelência em tudo o que faz. E lembre-se, assim como um time de futebol, uma equipe de trabalho só alcança o sucesso quando todos trabalham juntos em busca de um objetivo comum. Rucelmar Reis C-Level | Board Member | Advisor | Mentor Sócio Fundador da AdvisorTips Essa publicação faz parte do website Advisor.Tips e é protegida por direitos autorais.

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