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Maquina Humana?

Atualizado: 6 de nov. de 2022


Elas estão mapeando os nossos genomas e ajudando a conhecer o ser humano em detalhes antes não sonhados.

Estive no SXSW 2016. Um evento como este nos faz repensar muitos aspectos, não só sob o olhar da tecnologia mas o quanto ela pode nos ajudar a facilmente ultrapassar barreiras, as vezes até de leis e de éticas.


Podemos ver hoje no painel “The Holy Grail: Machine Learning and Extreme Robotics” como nós humanos estamos avançados em criarmos máquinas cada vez mais parecidas com a nossa espécie. Foi impressionante ver o robô Sophia, participar do painel, sentada na bancada junto com outros apresentadores, como desenvoltura e com grande parte da linguagem corporal incorporada em seus movimentos. A inteligência artificial e o learning machine adotado pela equipe criadora da Sophia é algo realmente fabuloso.


Mas não foi isto que mais me assustou no dia. Foi uma via contrária a isto. Máquinas que estão mapeando os nossos genomas e ajudando a conhecer o ser humano em detalhes antes não sonhados.


Com a crescente capacidade de compreender o genoma humano através do uso “learning machine” e projeções, teremos em breve um novo capítulo na história da medicina. Na palestra conduzida por Riccardo Sabatini e Loic Le Meur, com o título “Cracking the human code”, falou-se não só sobre a tecnologia usada para quebrar e projetar o código humano, mas como algumas situações serão criadas a partir deste estudo. Poderemos ter remédios personalizados, prevenindo o aparecimento de doenças pré-dispostas, super-habilidades serão melhor exploradas, e a tão sonhada cura para o envelhecimento poderá ser finalmente conseguida.


Mas muitos debates vão surgir a partir disto. Imaginem que muitas premissas poderão ser criadas a partir de um acesso a todos de seus genomas. Empregos podem exigir genomas com características específicas. Casamentos serão pautados através de características de genomas. Adolescentes ou crianças já serão escolhidas para trabalhos futuros baseando-se em premissas sobre sua capacidade de executa-los. Chega a ser assustador pensar nas possibilidades que a tecnologia em breve nos dará de conhecermos a nós mesmos e como isto pode até mudar a forma como nos relacionamos e nos encaixamos na sociedade.


Existem muitos pontos benéficos nesta capacidade de mapeamento de genomas, mas existem tantos outros pontos muito preocupantes.


Sem dúvida, entre ver uma máquina robô interagir como um ser humano e ver uma máquina que é capaz de mostrar publicamente muito mais sobre o que somos, prefiro a diversão da máquina falante.


Estes dois assuntos ainda vão gerar muitas discussões que envolverão ética, medicina, religião e até aspectos legais. Só o tempo dirá como seremos capazes de tratar estas novas tecnologias.


Enquanto isto, seguimos em frente aqui em Austin, tentando achar outras palestras perturbadoras.

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