Nos últimos anos, tenho observado de perto a revolução que a inteligência artificial (IA) e a automação de processos e tarefas estão trazendo para o mundo dos negócios.
Não é exagero dizer que vivemos uma transformação sem precedentes, quase que uma nova era da tecnologia, que impacta profundamente não apenas as nossas carreiras, mas também a maneira como as empresas operam e prosperam.
Confesso que, no início, a ideia de máquinas e algoritmos assumindo tarefas antes realizadas por seres humanos me causou um certo desconforto. Será que seremos substituídos? Como encontrar nosso lugar em um mercado cada vez mais automatizado? Essas perguntas me deixavam cada vez mais curioso, mas eu sabia que tudo poderia mudar de uma hora para outra, assim como foi na época do lançamento da internet. Acredito que esses questionamentos são parte central do pensamento da maioria dos profissionais. Mas, depois de me aprofundar no tema, cheguei a algumas conclusões que quero dividir.
Impactos e oportunidades
À medida que fui estudando o tema, comecei a entender que a IA e a automação não são inimigas dos profissionais, mas sim poderosas aliadas. E o mesmo vale para os negócios. Elas têm o potencial de liberar o nosso tempo para focarmos em atividades mais estratégicas e criativas, algo que as máquinas ainda não conseguem replicar com a mesma eficácia.
Você certamente já deve ter ouvido falar em "otimização de processos" e "automação de tarefas", certo? Com estas novas tecnologias, tarefas rotineiras e repetitivas estão cada vez mais automatizadas, permitindo que as operações sejam realizadas com maior rapidez e precisão. Isso justifica o importante aforismo do mercado, repetido inúmeras vezes: time is money!
IA nas tomadas de decisão
Com a IA, as empresas podem analisar grandes volumes de dados em tempo real, extraindo insights valiosos para orientar suas estratégias. Isso vai desde a análise de comportamento do consumidor até a previsão de tendências de mercado. A capacidade de tomar decisões baseadas em dados concretos e não em intuições, proporciona uma vantagem competitiva significativa.
Veja, o papel central de uma decisão ainda cabe à pessoa humana. É aí que eu quero chegar: as inteligências artificiais não substituem nosso papel nas tomadas de decisão, elas vêm para nos auxiliar, para sustentar e fortalecer as nossas ações, permitindo que tenhamos um pouco mais de tranquilidade e confiança no que estamos fazendo. Aliás, a IA não é infalível e quem hoje acredita que a IA pode substituir pelo menos a revisão humana, se engana, pois a grande maioria das IAs atuais ainda alucinam e trazem alguns dados incorretos em suas análises. Isso porque elas são probabilísticas e não determinísticas. Não são programadas para afirmar categoricamente sobre algo. As IAs respondem conforme a base de conhecimento que dispõem, e podem dar informações erradas, ou até inventarem algo, se a base não estiver com a resposta correta.
Algo pessoal
Cito, também, a personalização como um benefício que a IA traz para os negócios. Com algoritmos sofisticados, as empresas podem oferecer produtos e serviços sob medida para as necessidades e preferências de cada cliente. Isso não apenas melhora a experiência do consumidor, mas também aumenta a fidelidade e o valor vitalício do cliente para a empresa. O tratamento de clientes através da criação de personas que representavam uma parcela do público alvo, agora passa a uma outra categoria, onde se consegue comunicar e tratar as necessidades individuais de cada um, pois a capacidade de tratamento de dados e informações passou a um ponto inimaginável a pouco tempo atrás.
Inovação
Não podemos esquecer do impacto na inovação. Para a economia criativa, essa, certamente, é a palavra mais importante. A IA está permitindo a criação de novos produtos e serviços que antes estavam apenas nos filmes futurísticos. Desde carros autônomos até diagnósticos médicos assistidos por algoritmos, as possibilidades são infinitas. O mundo está se transformando e apostando muito alto nessa tecnologia. E como tudo que é considerado inovação, existirá um lado bom e um lado ruim, pois a potência dessa transformação afeta tanto quem busca fazer o bem quanto quem busca o mal. Então, além da necessidade de entender pelo menos o básico e as aplicabilidades do mundo de IAs, para que possamos usar da melhor maneira em nossos objetivos, esse conhecimento nos auxilia a saber se não estamos propagando, ou sendo enganados por falsas verdades criadas propositalmente com a ajuda de IAs. É o caso das deep fakes, que criam falas, imagens que parecem muito reais, mas que nunca existiram.
Desafios
Claro, essa transformação também traz desafios, como tudo na vida. A implementação dessas novas tecnologias exigem investimentos significativos e uma mudança cultural dentro das nossas vidass e nas empresas. É necessário treinar funcionários, atualizar infraestruturas e, muitas vezes, reestruturar processos. Mas os benefícios a longo prazo superam esses obstáculos iniciais. Fica aqui o recado para os profissionais que desejam se destacar: atualizem-se. Entendam os conceitos básicos de uma Inteligência Artificial generativa e como ela funciona. O avanço fantástico que tivemos ao poder conversar com essa tecnologia é sem dúvida transformador, mas dependendo da forma como você faz esse diálogo (cria o prompt) faz toda a diferença no resultado que você obtém. Uma das profissões do futuro será o prompt engineer que será o profissional especialista, dedicado a se comunicar da forma mais produtiva com as IAs disponíveis.
Como falei no último artigo, essas inovações tecnológicas desempenham um papel de filtro profissional que separa aqueles que terão sucesso no futuro e aqueles que não terão mais espaço nesse mercado.
Hoje, enxergo a IA e automação como catalisadoras de um novo ciclo de prosperidade nos negócios. A jornada pode ser desafiadora, mas é também repleta de possibilidades para as empresas que se preparam e abraçam a mudança.
Uma coisa é certa: nossa geração será a última a saber como é o mundo sem a Inteligência Artificial. A próxima geração não saberá distinguir, em seu dia a dia, o que usa IA e o que não usa, pois a tecnologia estará embarcada e funcional em quase tudo que possa estar conectado. Como será esse mundo? Ainda não sabemos, mas podemos afirmar que será muito diferente do que vemos hoje.
Artigo também publicado no LinkedIn.
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