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Software como uma agência

Atualizado: 6 de nov. de 2022


No momento que estamos vivendo os clientes querem respostas rápidas e nem sempre se tem o tempo adequado para iniciar estudos sempre do início.




Os dias no SXSW 2016 estão bem intensos e com muita informação para absorver. Um painel em específico me chamou a atenção por seu título, “Software as an agency”.

Fui conferir o conteúdo, mesmo sabendo que a palestra seria fora do centro de convenções e dos principais hotéis, que costumam agregar as melhores palestras. A sessão aconteceu no Old School Bar, um lugar modesto que fica 6th Ave, lugar mais conhecido por sua vida noturna de bares e baladas do que por acomodar boas palestras. O nome do bar não ajudava muito a imaginar que ali eu teria alguma aula de algo inovador, ou pelo menos atual. Mas o assunto me interessava e resolvi arriscar. Fui lá conferir.


O palestrante foi Cory Clarke, um conhecedor do mundo de agências e de tecnologia. Ele iniciou a conversa falando sobre algumas oportunidades que a tecnologia pode ajudar a transformar o negócio de agência. Todos nós sabemos que as agências de publicidade têm buscado se digitalizar para fazer frente as mudanças tecnológicas da atualidade. Mas de acordo com Clarke, nosso modelo operacional real não tem se transformado com a vinda da tecnologia. As agencias que estão experimentando um crescimento acelerado fazem parte de um tipo específico de empresas. São agências que estão se renovando a aprendendo com as empresas de tecnologia, aplicando processos que já funcionaram no mundo do desenvolvimento tecnológico. Isto não passa apenas por adotar metodologias como Agile, como Scrum ou Lean. Isto pode ajudar, mas não resolve o negócio das agências. É preciso aprender com as empresas de software o conceito de reaproveitamento de código e de “produtização” das entregas.


No momento que estamos vivendo os clientes querem respostas rápidas e nem sempre se tem o tempo adequado para iniciar estudos sempre do início, com dias de imersão no assunto, pesquisas e todas as técnicas que adotamos para levantar os cenários e comportamentos. Para obter esta velocidade de entrega é necessário adotar as técnicas que conhecemos e encapsularmos isto como produtos, prontos para serem consumidos com um mínimo de customização.


Clarke apresentou ainda um sistema que foi desenvolvido para a agencia dele e que agora é adotado por outras agencias que tem o objetivo de facilitar este encapsulamento de informações. Este software ajuda na forma como eles concebem marcas e criam experiências de marketing, o que na visão dele, eleva o valor do trabalho a um outro patamar, pois traz além da criatividade a inteligência da equipe em um formato de produto, que o cliente se acostuma a consumi-lo, sabendo o que esperar e o resultado que vai obter com este produto.


Mas nada disto adiantaria se não usarmos o que tem de melhor na tecnologia: Informação. O mais importante em se digitalizar uma operação é fazer um bom uso da informação gerada. A vantagem de usarmos entregas estruturadas é que teremos dados estruturados e podemos compara-los e colocar em uma linha do tempo, identificando tendências e comportamentos.


Ao ver tudo isto, se percebe o quanto as agencias modernas estão cada vez mais próximas das empresas de tecnologias, deixando de ser apenas agências e passando a transformar diretamente os negócios de seus clientes em um momento que vai muito além do que era antes chamado apenas de conversão para um mundo o digital.

Quando o pensamento digital permeia toda a estrutura da agência, mais fácil será ter estes conceitos de “produtização”, metodologias ágeis e bom uso da informação para geração de negócios, pois fará parte desde o início do pensamento de um “programador de marketing” que atuará na conta, se distanciando, claro, de um pensamento “old school” de algum publicitário arraigado ainda em conceitos ultrapassados, onde a tecnologia poderá pouco ajudar.


Valeu o tempo e o conteúdo obtido. Mostrou alguns caminhos e certezas sobre o nosso mercado.


E eu sigo aqui, correndo para outras palestras.

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